SOU UM POETA SEM VALOR
Sou um poeta mesmo sem canudo,
E sem padrinhos, não presto pra nada,
Sem livros editados com pouco estudo,
Sou um poeta infeliz, meu camarada.
Sou uma pessoa, amargurada é tudo,
Incompreendida, desiludida, desenganada,
Sofrida, sem profissão, sobretudo,
Sou Luizinho, não coitadinho, nesta bolada.
Estou muito triste, por estar longe de Lisboa,
Do meu mundo, duma vida muito bonita e boa,
Muito bela, singela, daquela querida cidade.
Do meu querido ex apartamento na Amadora,
Com desgosto, saudades, sinto falta, mesmo agora,
E da minha querida mulher, que tenho tanta saudade.
LUIS COSTA
Quinta-feira, 11 de Maio de 20 17