O SONETO E O POETA

O SONETO E O POETA

No branco neve d’algum papel raro

Sob a pena que corre veloz, nasce

O Soneto, como num desenlace

De cálidas lágrimas sem amparo.

E sutis, correm a molhar a boca

Que desenha um sorriso descontente.

Prendendo os mórbidos lábios, os dentes

Cessam soluços de uma febre louca.

No amor, se desbotadas as matizes,

Restam apenas rudes cicatrizes

No peito, pela paixão lanceada!

E quando sua tristeza chega ao fim,

Da angústia o Poeta renasce enfim

E faz um Soneto para sua amada!

Ale Silva
Enviado por Ale Silva em 12/05/2017
Código do texto: T5996665
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