O SONETO E O POETA
O SONETO E O POETA
No branco neve d’algum papel raro
Sob a pena que corre veloz, nasce
O Soneto, como num desenlace
De cálidas lágrimas sem amparo.
E sutis, correm a molhar a boca
Que desenha um sorriso descontente.
Prendendo os mórbidos lábios, os dentes
Cessam soluços de uma febre louca.
No amor, se desbotadas as matizes,
Restam apenas rudes cicatrizes
No peito, pela paixão lanceada!
E quando sua tristeza chega ao fim,
Da angústia o Poeta renasce enfim
E faz um Soneto para sua amada!