Soneto roceiro
São cinco da manhã, o galo canta.
Levanta bota lenha na fornalha,
Palha, fumo, café, prece à santa,
Planta o pé na botina; à batalha!
Orvalha ainda, chapéu, força, cabaça.
Abraça seu trabalho, busca o gado,
É cercado e peado, tão sem raça.
Rechaça o bezerrinho arreliado.
É ordenhado o leite. Já afofa a horta,
E corta o mato, varre seu quintal,
É bestial ofício, afã reporta.
Transporta porcos, roupas no varal,
É rural. Pesca e caça; se comporta,
Da porta, o luar, firme no degrau.
#ordonismo
Uberlândia MG
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