Sol de geladeira
Essas manhãs dorminhocas
Frias de minha terra.
Onde o sol de geladeira
Ilumina mas não esquenta.
Nesses dias de liberdades sonhados
Serenos mas inadequados.
O silencio que me descansa
Ensurdece-me, me esquece.
Respiro sem aparelhos
Distância de meu enterro,
Vejo a vida que padece.
Embora quisesse muito
Não sobreviveria em agonia,
O hoje simples me aparece.