A INCONVENIENTE

A virtude anda andrajosa nas periferias
Do sensível – dolorosos são seus passos, poucos,
Pelas trilhas evitadas já por rudes crias
Desse tempo hostil, de bárbaros, de cães, de loucos.
 
Divisamos a silhueta envilecida e esguia
Semelhante à sombra em sonho mau que traz sufocos
E fugimos como quem do mal se refugia,
Orgulhosos do vazio, estofo de homens ocos.
 
Permitir o livre trânsito a essa inconveniente?
Esse tempo é o das inócuas causas sem sentido
E da morte da razão, do definhar da mente.
 
Passará, como o setembro chega e logo passa,
Sem que alguém sequer perceba a cor de seu vestido.
O que fica é mais banal, piada, mas sem graça.
 
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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 07/05/2017
Reeditado em 10/05/2017
Código do texto: T5992055
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