1º SOLO À UM CEMITÉRIO 
                                      
À noite, eu me visto de halloween,
Caminho em direção ao cemitério
Às doze em ponto, assíduo, para o mistério
Da vida que eu quero só para mim.
 
Dirijo-me sempre ao mesmo túmulo,
Onde consigo espelhar o cipreste
Desnudo que se esconde no leste
De onde eu vou me segregar do mundo.
 
São noites artísticas e culturais,
Envenenadas a vinho e musicais
- De Lovecraft, em páginas necronômicas,
 
A atmosfera do lugar sobe aos céus,
Observo túmulos, carneiras e mausoléus, 
Sou pluma, poderoso... sou bomba atômica!

(A imagem que ilustra o Soneto é o túmulo do poeta paraibano Augusto dos Anjos que está localizado na cidade mineira de Leopoldina.)
Agmar Raimundo
Enviado por Agmar Raimundo em 05/05/2017
Reeditado em 05/05/2017
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