Chão de estrias

A veia desterrada em sua testa,

Atesta a raiva do punho cerrado.

Consente ao sol que o molesta

Caindo-se em bicas neste chão calado.

A sombra não alivia o calor

Que lhe abrasa a alma.

É só uma triste companhia

Escura sem cor, sem calma.

A felicidade quase não se cria,

É miúda e esguia,

Na frieza deste torrão.

Mesmo assim não é rara a alegria,

Ainda que nos venha feito gotas

Perdidas nas estrias deste seco chão.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 03/05/2017
Código do texto: T5988136
Classificação de conteúdo: seguro