A UM CANARINHO

Em memória de Caito Spina

A um Canarinho

Em memória de Caito Spina

Canarinho cantava em fim de tarde,

Tendo o ouro das penas desbotado,

E era um canto decerto magoado

E era um canto de sol que ainda arde.

Entretanto era um canto sem alarde,

Rebrilhante dos ares já voados

E dos campos e flores contemplados,

Como adeus dito em doce boa-tarde.

Eu me lembro de ti, ó Canarinho,

Que cantaste por todo o teu caminho

O luar, a morena, a solidão.

E na dor mais extrema tu criavas

Mais canções, e em segredo lamentavas

Revoar de onde está teu coração.

Edgley Gonçalves
Enviado por Edgley Gonçalves em 01/05/2017
Código do texto: T5987049
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