A UTOPIA DO CAOS
Ou
“Da douta ignorância”
Neste mundo que nos calhou em sorte
E que evolui nas malhas do destino
Todo o evento se processa ao desatino
Em estranhas marcas que lhe dão suporte.
A luta entre o mais fraco e o mais forte
Está num fado breve e peregrino
Revelado no adulto e no menino
Que no primeiro é vida e no outro é morte.
Entre cada acto feito não há distância
E já não é a experiência que marca a hora
Mas é a paixão do caos que na razão mora
P´ la vertigem do saber e da ignorância.
A história humana paira em confusão
E do “sexo dos anjos” já nem se fala
Que o “quanto pior melhor” é fé e gala
P´ lo mistério do devir em exaltação.
Para quê a diferença entre bons e maus?
Para que servem a moral e os valores
Se não se distinguem os espinhos das flores?
O que reina no mundo é a «utopia do caos»!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA