TEU SEGREDO - Soneto do Espelho
Por que você não olha para dentro do espelho?
Diga, o que você tem medo de encontrar?
O tolo em vão se molha por recusar conselho
Parolo, tu brigas com teu próprio jeito de olhar
Não sabes que ao ímpio só resta a iniquidade?
Não sabes do rio limpo onde não vais nadar?
Quem não purifica a força não passa de um covarde
E até o grande Aquiles morreu do calcanhar
A palavra que insulta, a si própria rapina
E se você se esqueceu, eu volto a ressaltar
O que o ego escondeu, a sua entranha incrimina
Mas não é por seu fetiche que eu devo te julgar
A sua máscara caiu quando abriu-se a cortina
Me fascina a sua sina de querer se projetar
®