Tola fé
Bezerro cambaleia após nascer,
Buscando equilíbrio ao seco chão,
No berço em aridez morre ao sertão
Duro, além do que possa parecer.
Na flor tênue que teima florescer
Última cor que foge na amplidão
Do cinza em tudo, nada mais, senão
Ilusão floral antes de morrer
Toda planta semente cultivada,
Bichos, seres viventes em mortança
Sonhos negados na água negada
Dos céus nada vem, não existe nada
A mão teima à semente, tola lança
Ao solo, aos céus fé, teima esperança