Balaio D'água
Jamais quero rever um meu poema,
Escrito na ilusão de ser um dia,
Talvez um pouco mais que poesia,
Pois vã será a letra que blasfema.
Não tenho nada pronto a ser composto,
Tão pouco uns versos frouxos de argumento.
Carrego em peso certo o meu lamento,
Lamento que não possa estar disposto.
As rimas que eu rever serão malditas,
Estrofes, de passagem, vão morrer.
Possuo tão somente em meu viver,
Aquilo a ser escrito e que palpita.
Que bate em pedra dura e escorre assim,
Sereno pelas linhas que hão em mim.