Dominical
Domingos de manhã, idas à igreja
Maçantes horas que não tinham fim,
O pão dormido da palavra, o carmim
Do vinho pubo que a fé bandeja
Mãos atadas ao tédio que goteja
lamentos vazios. Frígido em latim
rezavam tudo e nada são a mim
orações tais, sonífera peleja
Corpo presente a mente lá no mundo
A ouvir qualquer sermão das oliveiras
Eu só pensava no frisson segundo
Se davam as mãos de bola de gude
Nas pipas, peões, bilas, baladeiras.
Tristes domingos que brincar não pude