Sertão
Ao tempo se balança numa rede,
ocioso, o vento, dia inteiro,
à sombra de um pé de juazeiro,
no vazio do açude mata a sede.
As flores, aves, vida tanta - quede,
que povoaram março por inteiro?
Morreram cores, os verdes primeiro,
as ramas ressecaram na parede.
A sequidão em tudo prevalece,
na vazante das almas efervesce
rebentação dum rio inexistente,
a vida teima ainda estar presente
pela fé desaguada. Mas carece
Irrigar o estio na alma onipresente.