Sertão

Ao tempo se balança numa rede,

ocioso, o vento, dia inteiro,

à sombra de um pé de juazeiro,

no vazio do açude mata a sede.

As flores, aves, vida tanta - quede,

que povoaram março por inteiro?

Morreram cores, os verdes primeiro,

as ramas ressecaram na parede.

A sequidão em tudo prevalece,

na vazante das almas efervesce

rebentação dum rio inexistente,

a vida teima ainda estar presente

pela fé desaguada. Mas carece

Irrigar o estio na alma onipresente.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 27/04/2017
Reeditado em 02/05/2022
Código do texto: T5982551
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