SONETO DO HIATO EM DITONGO
Quando o peito não reza co'alma o hiato
do que foi e do querer então ter sido,
e sendo sentinela, um dom vivido,
mesmo que sinta nela amor de fato.
O perfume que engana o rico olfato
desta luz que alumia o beijo crido
e somente na dúvida: o perdido,
ele faz dois caminhos: meu retrato.
Sou mais só perto destes tão sozinhos
e uma voz cruza assim este meu verso
p'ra que eu me desvencilhe dos espinhos.
E religue o dorido hiato perverso
em ditongos do amor, melífluos vinhos,
e caso nisto eu morra, achei o universo.
Quando o peito não reza co'alma o hiato
do que foi e do querer então ter sido,
e sendo sentinela, um dom vivido,
mesmo que sinta nela amor de fato.
O perfume que engana o rico olfato
desta luz que alumia o beijo crido
e somente na dúvida: o perdido,
ele faz dois caminhos: meu retrato.
Sou mais só perto destes tão sozinhos
e uma voz cruza assim este meu verso
p'ra que eu me desvencilhe dos espinhos.
E religue o dorido hiato perverso
em ditongos do amor, melífluos vinhos,
e caso nisto eu morra, achei o universo.