SONETO DA AUSÊNCIA
Um dia, morrerei somente
Serei pó jogado no esquecimento
Esquecido de deixar uma semente
Que brote em qualquer momento
Sem saber o que se passa no mundo
Logo nem notarão que estou ausente
E o que foi um desgosto profundo
Será apenas uma mancha no inconsciente
Mesmo assim, serei objeto de uma saudade
Em algum canto da cidade
Que alguém cantará tristemente
Ausência ou algo que ninguém suporte
Palavras que tentam mudar minha sorte
Tudo é nada: morri somente.