No sonho triste do poeta em aflição,
Que corroendo o peito a palpitação
No exclamar sentido amor, calado;
O próprio silencia faz-se dominado!
Sonho; deixe-me sonhar a vida toda!
Sob açoites sofro o que a incomoda
Nestes pensamentos que voam alto!
Ao sonhar, permito-me, eu a exalto!
Se do sonho que na vida me assola
Poetar é belo e também horroroso;
Entre lágrimas o verso me consola!
E sonhar-te bela feliz, meiga e amada
Dão-me dádivas este amor cauteloso,
Que me embriaga e torna-se sonhada!
26 de abril de 2017
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