ABRIL, QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ
«Ao 25 de Abril de 2017»
Ó Abril, ó Abril, quem te viu e quem te vê!
Tu eras um ditoso sonho de encantar
E agora te desdenham sem saber porquê
E, se falam de ti, é apenas por falar…
Tu foste aquele sonho de um País florido,
Tu foste a nobre aposta da justa liberdade,
Projecto de bem-estar jurado e garantido
Numa aurora de clara luz e de igualdade.
Mas hoje, Abril, Abril, onde é que tu estás?
Eu vi-te criança sorridente de mãos-dadas
E tu, que foste alegria em claras madrugadas,
Porque és agora nevoeiro pelas manhãs?
Os teus filhos, Abril, cantaram-te em baladas,
Que serviram de alento nas tuas horas más,
Mas que hoje são apenas elegias vãs
Das esperanças vazias e abandonadas…
Ó Abril, ó Abril, onde estão os teus heróis,
Aqueles heróis que arriscaram por ti a vida?
Ó louco Abril clareia-nos a alma doutros sóis
Num corpo de uma Pátria forte e renascida!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA