CONTRASTES
Areias dos castelos teus não quero,
assim, desformes, sem nenhuma graça,
E, mesmo que contigo eles refaça,
de loucas ventanias tudo espero.
Prefiro da tristura o sal severo
pungindo o coração que se estilhaça
do que me embriagar virando a taça
enchida de ilusões com raro esmero.
Não posso aprisionar estes segredos,
meu pranto disfarçando de rochedos...
Palavras sem essência dizem pouco!
O brilho de um olhar diz mais, agudo!
Melhor é ler, portanto, um rosto mudo,
as juras desprezar, fingir-se mouco...