A SANTOS DUMONT
Tu, que de Icaro o sonho radioso;
Pudeste com teu gênio realizar,
Arrebatando ao pássaro orgulhoso
O privilégio único de voar!
Tu, que para o Brasil—torrão ditoso—;
A maior glória deste, sem pensar...
Neste feito mil vezes prodigioso
Do vôo do mais pesado que o ar!
Tu, que do engenho humano foste além,
Concretizando, apenas, para o bem,
O prodígio maior que o mundo encerra,
Jamais pensaste que essas naus aladas,
Que pelo espaço voam em revoadas,
Transformassem em mortais armas de guerra!