LA DIVINE PLONGÉE; ou: Mensagem de Paz e Resignação ao Amado Rebanho (Soneto Decassílabo Apascentador)
A meus leitores, águas de que me banho, inexcedido e inexcedível público olvidado da má poesia.
Labirinto de código e sinais,
Empreendo a celestial linguagem pura
Inda a passando a vós que me atentais,
Traduzo, qual Moisés, outra Escritura.
Ora mais áurea e vívida, ora mais
Rara, o mistério faz-se tessitura,
E a tessitura, enredo de Sinais,
Sinais de seda sobre a língua dura.
Como vos dar, em carne e verso, o Lume?
Ungido vate, a nu minh'alma exponho,
Zeloso, ante o martírio que ela assume.
Obro, sim. Porém vós, rebanho amado,
Eleito e santo povo a quem componho,
Sois o cinzel do busto levantado.