CEMITÉRIOS
Debaixo dos meus pés, cenário horrendo:
largados pelo chão aqueles lírios...
Pranteio, atormentado por martírios,
pois vejo meus vergéis se desfazendo...
A bruma que recendem cemitérios
aflige-me, de espinhos me vestindo,
o coração engasga, destruindo
alfombras onde havia refrigérios.
No meio da cortina pardacenta
ouço grasnarem aves ansiosas...
Espreitam excitantes estertores!
Refém de uma saudade famulenta,
colho ilusões em flores venenosas
no campo onde lamento os desamores...