Existir
Eu vou te dissecar, expor seus ossos
O mergulho, o vagar por suas entranhas
Eu faminto, a vontade é, pois, tamanha
Que devorar-te inteira a noite posso
Eu vou singrar os meandros de sua pele
Nadar por entre o néctar que resvala
Do teu íntimo, o olor táctil que exalas
E encontrar em tua forja o que me impele
O consubstanciado amor, o arder
No beijo pelo qual fervo em desejo
- Fogo adornado n' ouro e no prazer -
Eu sem o medo salto sobre ti
Arremeço-me do alto sem o pejo
Sobre os teus olhos, céu onde eu existi