PROCISSÃO DE FÉ; ou: A Nona Hora do Cinzel (Soneto Decassílabo Devoto)
Brônzea bonina, píncaro marmóreo,
Teu púbis plúmbeo, e os úberes de prata
Que me conduzem pela densa mata
Dão-me um destino atroz e merencório:
E quem namore o seio, que namore-o
Como a Nise o pastor, como a pacata
Filosofia de um nefelibata
E a imensa placidez de um São Gregório!
Como pudera unir profano e sacro,
Natura, misto que o homem não escande?
Entalhe-se na tora o simulacro
Do Belo agora, assim que o peito mande,
E nele, do universo o micro e o macro
Deem brilho e sopro, que contrai e expande.