O CICLO

Eu vejo despendida e triste a flor

Que, murcha, já se esvai ao chão, serena,

tão pálida e sem brilho e pouca cor;

vai morta e esquecida das falenas!...

Que triste! Ai, que triste! Que amargor!

Tão linda que ela era em viva cena,

Robusta e, sob o Sol tendo o candor

Das flores perfumadas, das verbenas!

Agora, emurchecida e degradante,

Desfaz-se em suas pétalas, errante,

Ao chão, despedaçada e falecida...

Eu vejo que é o ciclo natural;

A morte também ronda em meu floral,

Depois devolve uma outra flor, com vida!

Arão Filho

São Luis-MA, 12 de março de 2017.