...E CONTIGO EU MORRI NESSE DIA * Ansiedade
Nos meus olhos, um mar de lágrimas paradas.
Um espelho perdido espera e desespera
reflectir as manhãs de ti alvoroçadas
no perfume e na cor --- idílio e primavera.
Nos azuis deste céu infinito me perco.
E eu não posso ou não sei decifrar os sinais.
Que caminhos de ti? De todos que me acerco,
uma estrela me diz não ser nestes que vais.
É tão grande este Céu! É tão longe onde moras!
E eu aqui, neste chão, à espera do fim.
O relógio desfia o rosário das horas,
decrescente a contar rumo ao zero de mim.
Sinto sono ou torpor? Já nem sei definir…
Finalmente, serão já horas de dormir?
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 20 de Março de 2017.