Tempo saudoso na lembrança
Foram-se os tempos faustosos de festa
das sextas, domingos, cinemas e praças
os gins, as cachaças, que minha mente atesta
e hoje vê pela fresta esse quadro em traças.
Agora a mordaça do tempo, imodesta
em quem nada contesta, já tudo esgarça
como que por pirraça, a lhe franzir a testa
enada lhe empresta. Ah tempo que passa!
Passa apagando os rastros que fez
e chegou minha vez de ser dele vidraça
a vista embaça e eu em minha pequinês;
Vou feliz! Dia, mês, ano... Tudo passa
como o passado ofuscado em minha mente
que encara o futuro displicentemente...
Josérobertodecastropalácio