Soneto de mar interno
Desaba em meu peito uma grande explosão
Efêmera imagem da poesia no seu resplendor
Serenata de raios coloridos em forma de amor
Translúcidas notas da inebriante canção
Que a força da saudade desmonte a ilusão
E o mar cancioneiro abrande o vil furor
Meus versos de esponjas apaguem a dor
Da utópica serenata de minha emoção
O frêmito inerte da lânguida maresia
Revele a face da musa inspiradora
Sem trovões os meus versos inspirem
A nau poética dessa nobre encantadora
E as nuvens magas em vertigens girem
No sabor nascente de um novo dia!