Versejos de saudade
Versejos de Saudade
O sol se encoberta; que me mostra
senão dúvida da beleza fútil?
Ou se fecha minha alma como ostra
nesse desejo e se faz tão inútil?
Que desamores me estão guardados
às paixões que me atormentam sem dó?
Que pergaminhos tenho eu rasgados
das memórias lançadas ao pó?
Aqui me vêem, só à beira-mar,
versejar na neblina fugidia
rimas raiando a vil insanidade.
Aqui tento conjugar ser e amar
indiferente à noite e ao dia,
mas trôpega pelo frio da saudade.