O coveiro
"J'ai vu se ranger, sous les drapeaux de la mort, celui qui fut beau; celui qui, après sa vie, n'a pas enlaidi; l'homme, la femme, le mendiant, les fils de rois; les illusions de la jeunesse; les squelettes des vieillards; le génie, la folie; la paresse, son contraire; celui qui fut faux, celui qui fut vrai; le masque de l'orgueilleux, la modestie de l'humble; le vice couronné de fleurs et l'innocence trahie."
(Lautréamont, LES CHANTS DE MALDOROR, canto I)
Tua pá se iguala a uma espada,
Ó nobilíssimo e estoico coveiro,
Que usas para defender sobranceiro
De Tânato a enigmática morada.
Tua majestosa mansão é adornada
Com ossadas e entranhas do mundo inteiro,
Exalando o docemente podre cheiro
Daquilo que um dia existiu, mas volta ao nada.
Entre uma e outra carcaça apodrecida
A que dás no subsolo leito, ris cordial,
Pois com os mortos aprendeste sobre a vida;
Descobriste a verdade universal
Que de tão simples, por todos é esquecida:
Depois da morte, todo mundo é igual!