O coveiro

"J'ai vu se ranger, sous les drapeaux de la mort, celui qui fut beau; celui qui, après sa vie, n'a pas enlaidi; l'homme, la femme, le mendiant, les fils de rois; les illusions de la jeunesse; les squelettes des vieillards; le génie, la folie; la paresse, son contraire; celui qui fut faux, celui qui fut vrai; le masque de l'orgueilleux, la modestie de l'humble; le vice couronné de fleurs et l'innocence trahie."

(Lautréamont, LES CHANTS DE MALDOROR, canto I)

Tua pá se iguala a uma espada,

Ó nobilíssimo e estoico coveiro,

Que usas para defender sobranceiro

De Tânato a enigmática morada.

Tua majestosa mansão é adornada

Com ossadas e entranhas do mundo inteiro,

Exalando o docemente podre cheiro

Daquilo que um dia existiu, mas volta ao nada.

Entre uma e outra carcaça apodrecida

A que dás no subsolo leito, ris cordial,

Pois com os mortos aprendeste sobre a vida;

Descobriste a verdade universal

Que de tão simples, por todos é esquecida:

Depois da morte, todo mundo é igual!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 10/04/2017
Reeditado em 20/02/2018
Código do texto: T5966676
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