SONETO DA SOMA

Fiz minha casa numa área desolada

Fui de charco em charco até atingir notoriedade

Quis ter o infinito e descobri o nada

Até que descartei toda e qualquer piedade

Caminhei até sangrar os pés

Altivo e desumano em ritmos decadentes

Mas pude me oferecer às ralés

As quais me tiveram rasgado entre os dentes

Restou então um orgulho nato porém cansado

Divino em sua nítida decomposição

Exasperado em seu sereno estado

E pude enfim perceber que só somei

Ao meu Cáucaso e minha Hastur...

Agora terrenos da minha lei.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 06/04/2017
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