SERPENTES
Um rio caudaloso, efervescente
Por ávidas serpentes infestado
Afoga a timidez, corre apressado
Fazendo o coração pulsar contente
Da presa incauta o rubro entorpecente
Colore as bravas águas derramado
E as feras desejosas por pecado
Salivam sem controle, loucamente
Devoradora insânia me extasia
Tu sabes acalmar essa agonia
Que sem pudor nenhum de mim se apossa
Nos lábios teus sacio esse apetite
À perdição, amor, tu és convite
Espero-te ansioso, a noite é nossa!