SONETO PARA UMA DEUSA
Tu que és da beleza tão freguês
Que invade este teu rosto tão divino,
Pintada pelo acaso do destino,
Copiada com o olhar, rosto de Inês.
Nada invejas, nem a flor e o canto
Que acorda o amanhecer lá na floresta;
E quando pelas ruas simples andas
Mais fantasia às flores tu emprestas...
Nem a cascata. Quando chegas perto
As águas murmurantes fazem um canto,
E a cascata ali vira um deserto...
Nem a mais bela arte, nem a aurora
Competem os olhares se apareces:
Os olhos são só teus naquela hora.