FORMIGUINHA

A formiguinha caminhava pela mesa,
sem ter noção de quão pequena ela era ali.
Buscava achar o açucareiro e, com certeza,
seu alimento carregar como eu já vi.

Mas demorou por acertar, chegar ilesa,
entrar no pote de doçura  e daí
achou um mar em que havia, bem coesa,
a sutileza da garapa. Eu conduzi

os meus caminhos afastada de teus versos
e nem sonhava quão pequena era ao compor
os meus poemas; ao supô-los universos

em que houvesse no conjunto algum valor.
Mas descobrindo a fonte dos por ti dispersos,
eu sou formiga a me afogar nesse esplendor.


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