A RESPOSTA
(para minha irmãe)

Na metade de uma hora cheia
desgarrei-me da lua e da poesia
que havia nela. Os pés na areia
me arrastaram para o que queria

o menino solitário. Estaria no mar
a resposta à pergunta que buscara
nas estrelas e na ânsia de amar?
Estaria ali e também na outra cara

da noite? Estava ela em tudo.
Um pouco na saudade e na partida,
nos pedaços roídos do velho escudo.

Estava em versos que jogara fora,
na lágrima da primeira despedida,
e, por certo, quando foste embora.