AQUI JAZ A POETISA
E nas madrugadas, na solidão da estrada
Falo da poesia, minha amante mais querida
Ela, que jamais negou-me colo e pousada
Versejando como Flor ou como Anna. Vida...
Vida que despejo nos rascunhos do caderno
Buscando na escuridade um facho de luz
A palavra nunca desdenha. Nela me aferro
O poema, o busco. É a estrada que me conduz.
E mesmo quando penso sucumbir à agonia
E o verso que prescruto por entre o lamaçal
E ele vem. Singelo. Beija minha face e acaricia.
Que meus dedos dela não se cansem jamais!
Que seja o último grito de minh'alma cansada
Na minha lápide: Aqui jaz a poetisa. nada mais.