AQUI JAZ A POETISA

E nas madrugadas, na solidão da estrada

Falo da poesia, minha amante mais querida

Ela, que jamais negou-me colo e pousada

Versejando como Flor ou como Anna. Vida...

Vida que despejo nos rascunhos do caderno

Buscando na escuridade um facho de luz

A palavra nunca desdenha. Nela me aferro

O poema, o busco. É a estrada que me conduz.

E mesmo quando penso sucumbir à agonia

E o verso que prescruto por entre o lamaçal

E ele vem. Singelo. Beija minha face e acaricia.

Que meus dedos dela não se cansem jamais!

Que seja o último grito de minh'alma cansada

Na minha lápide: Aqui jaz a poetisa. nada mais.

Anna Corvo Poe
Enviado por Anna Corvo Poe em 01/04/2017
Código do texto: T5958199
Classificação de conteúdo: seguro