CARNE FRACA
Corpo frio, sangue e cabeça quentes
Olhos nublados desorientados opacos
Somente a alma lagrimeja em silêncio
Corpo tenso, rígido, cabeça fervilhando
Espelho espelho meu
Há alguém mais confuso do que eu?
Cadê o menino que um dia fui?
Cadê o brilho no olhar, agora perdido?
Cadê o menino que queria ser grande?
Espelho cruel a me revelar o tempo real
Chamo as lembranças nas fotografias amareladas
Agora o espelho me mostra as rugas
Carne fraca, cabelos embranquecendo
Apesar da catarata nevoar meu olhar.