ALMA DESNUDA

Carregando de mim os estilhaços

Estas lágrimas, folhas outonais

Lançam sonho perdido em abissais

Vales cheios de fel, tetros regaços

A tristura me envolve em seus abraços

Espinhosos, gelados e brumais

Cobrem minha nudez vestes ferais

Dos sorrisos sequer restaram traços

Borbotão de saudade o peito inunda

Afogando-o em mistérios sem resposta

Combalido, mergulho em dor profunda

São caminhos sem luz, medonha treva

Agonia cruel me foi imposta

Quanto aroma de amor o vento leva...