A ressurreição
Decretaram-te a morte prematura;
ressuscitas ubiquamente em pombas...
Renasces da tumba, Lázaro, arrombas
o impossível portal da criatura.
Simbolizaram-te em cisnes, marrecos,
pavões, garças, pardais. Rinoceronte!
Trancam-te no Parnaso, o baixo monte,
mas se esquecem das asas dos teus ecos...
Molhadas, pobres plumas, jóia clássica,
afundam, rocal sinfônico, adágio,
e regem-te ouvintes e ourives destros...
Do alto, Madalena, lua jurássica,
piedosa mãe de Santo sem pedágio,
reergue-nos, Parnasianos - Maestros!