Meu calo

Não sei o que dizer para o soneto

passou o dia e nada até agora

já dei uma voltinha lá por fora

vi o céu sem estrelas, também incompleto.

Mesmo assim vou mexer no alfabeto

pois o soneto todo dia me implora

por versos, logo cedo, sem demora

mesmo sabendo que eu sou um analfabeto.

Pra não deixar doído este meu calo

lhe invento verso bom e verso chulo

até juntar catorze e ele sorrir.

É igual menino a pedir pirulito...

Tá tão comum que peguei o hábito

de só depois de atendê-lo ir dormir.

Josérobertopalácio

Obrigado, amigo poeta CunhaLima pela interação.

SONETO ROSCOFE

Quando o soneto, um verso vem e pede

Logo o vate se ver pressionado,

Tenta fazer um verso pé-quebrado,

Com o que sua verve lhe concede.

Segura o verso antes que arrede,

E fica todo dia concentrado,

Até ver que o verso encontrado,

É um verso qualquer e nem se mede.

Coloca no papel a estesia,

Pedindo emprestado à poesia

A rima pra deixar o verso pronto.

Segue somando cada uma estrofe,

Termina num soneto tão roscofe,

Que o pobre do poeta fica tonto.

Homenageando o mestre JRPalacio. 29-03-17 fernando cunha lima.-

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 29/03/2017
Reeditado em 31/03/2017
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