O PARDAL

 

Expele o caule u’a densa exsudação,

Qual cera aglutinada, pegajosa,

Do velho cajueiro que, ao chão,

Derrama a sua sombra bem frondosa!

 

Seus frutos, os cajus, pego com a mão;

São doces, de uma cor vermelho-rosa,

Macios, de essência perfumosa;

Tem forma de um lindo coração!

 

Ainda muito cedo, no quintal,

Ao ver o Sol surgir, tão natural,

Subindo pelos Céus, nos seus azuis,

 

Eu colho estes meus frutos e um pardal,

Gorjeia, ali, sozinho no beiral,

Parece até cantar para Jesus!...

Arão Filho

São Luís-MA, 29 de março de 2017