VIOLÊNCIA
Hoje não temos amigos, só silêncio, escuridão.
Nenhuma voz, nenhum som, gemido ou grito....
Vejo a cidade vazia, oca, triste e fria, prostração!
Prédios cinzentos , aço e concreto, vidro polido.
Casas nuas, abandonadas, almas vazias, mutiladas!
Vento varrendo a poeira secular que cobriu o chão,
Já houve vida, ouve riso e alegria nos rostos estampadas!
Onde tudo é agora vazio, deserto morto de uma nação.
Não temos nada, somos párias, herdeiros condenados,
de que? Mataram as crianças, as mães, os pais e os irmãos.
Muito sangue lavou a calçada, os corpos á terra lançados!
Hoje peço silencio em tributo aos mortos vivos, procissão
desesperada dos que ousaram sonhar, esses coitados.
Andam sem rumo, mudos, loucos, em macabra comunhão.