Mal eterno
Dês que o éter sôfrego ainda enleve em dor,
Que eu sinta amargamente sobre as pragas
Com um enleio singular das chagas,
Sofro, em que hei de sofrê-lo no fedor...
Que ao doce sofrimento de um negror
Com as tênebras álgidas e vagas,
Tu quem sofres deveras e divagas
Com um momento sanguinário e pior...
Que em ti já ateias a ânsia do mau crânio
No luar do cemitério subterrâneo,
Sonhai-na, ao resplendor do rosto ósseo e atro.
Vejo a tua morte iníqua, suja e horrenda
Do que hás de abandonar-me em plena fenda...
És uma besta da hediondez sem teatro.
Lucas Munhoz - 24/03/2017