Sem título
Não sei para onde vou, de onde vim,
Não tenho casa própria, lugar fixo.
Para quê, se a estrada vem a mim?
Não parar nunca é o meu supremo ofício.
A estrada que sigo é longa, sem fim,
Meu caminhar solitário é prolixo,
Faz-se toda hora dentro de mim,
À medida em que passo, em que prossigo.
À eterna história do homem quem responde?
Dilema metafísico vibrando
No ar, enigma que sempre se esconde.
Mas o que importa é seguir procurando,
Pois a vida é esse indefinível “quando”,
Um não sei como nem por quê nem onde...