Soneto
Eu quando vejo a vida já não tento
Reduzi-la a qualquer definição,
Mas sinto-a com todo o sentimento
Que há em meu sentido coração.
Desligo o farol turvo da razão
E me deixo flanar no firmamento,
Deixo que me perpasse a alma o vento,
Sou vento, sou ar, sou imensidão.
Eu já não tento decifrar a vida,
Que a vida, esse mistério irrevelável,
Deve apenas crescer e ser vivida,
E diante daquilo que é inefável
Apenas me reservo uma saída:
Não explicar, mas amar o inexplicável.