Soneto

Eu quando vejo a vida já não tento

Reduzi-la a qualquer definição,

Mas sinto-a com todo o sentimento

Que há em meu sentido coração.

Desligo o farol turvo da razão

E me deixo flanar no firmamento,

Deixo que me perpasse a alma o vento,

Sou vento, sou ar, sou imensidão.

Eu já não tento decifrar a vida,

Que a vida, esse mistério irrevelável,

Deve apenas crescer e ser vivida,

E diante daquilo que é inefável

Apenas me reservo uma saída:

Não explicar, mas amar o inexplicável.

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 23/03/2017
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