A REALIDADE DA MORTE E A ILUSÃO DA VIDA
Morte ̶ sabes porque tememos a senhora?
É porque sempre vens como penetra entrão,
Que aparece sem convite, sem marcar hora,
E a gente deve receber sem poder dizer não.
.
Pior é que gostas de vir sempre na surdina,
Como se quisesses nos atacar de surpresa,
Como fazem essas soturnas aves de rapina,
Que vivem na noite á espera de uma presa.
- Sim, é verdade que és um mal necessário;
E sem ti nada no mundo teria continuidade
Porque nós somos os elos de uma corrente.
É que o livro da existência é mero obituário,
Onde somente tu, és a verdadeira realidade,
E a vida a ilusão que se repete eternamente.
Morte ̶ sabes porque tememos a senhora?
É porque sempre vens como penetra entrão,
Que aparece sem convite, sem marcar hora,
E a gente deve receber sem poder dizer não.
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Pior é que gostas de vir sempre na surdina,
Como se quisesses nos atacar de surpresa,
Como fazem essas soturnas aves de rapina,
Que vivem na noite á espera de uma presa.
- Sim, é verdade que és um mal necessário;
E sem ti nada no mundo teria continuidade
Porque nós somos os elos de uma corrente.
É que o livro da existência é mero obituário,
Onde somente tu, és a verdadeira realidade,
E a vida a ilusão que se repete eternamente.