FANTASMAS

À noite, solitário, em vil tormento imerso,

contemplo roseirais murchados, inolentes,

enfeites carmesins, os rastros teus, pungentes

que fazem prantear um sonhador disperso.

Cortantes temporais neste jardim perverso

torturam-me a trazer lembranças... Quis ausentes!

Fantasmas, lindos céus de estrelas refulgentes

coruscam, de ilusão vestindo meu reverso.

As manchas de batom mais que os lençóis, amada,

marcaram feito fogo o coração partido

que segue, teima, sofre, alucinado.. E brada!

Sorrisos voltarão brilhantes se espargido

o sumo que me faz arder, embriagada,

a boca... Quero ser dos beijos teus servido!