Escrevia sonetos antigamente
Que formas esta noite me revela?
Que sonhos eu, rapaz, trago no seio?
Sou como destemida e errante vela
sumindo no oceano, sem receio.
Invado o espaço, livro-me da cela,
sou aquele Convidado que aqui veio
para cear no ritual da bela
viagem cuja passagem eu sou o meio.
Meus passos sapateiam é na curva,
onde a luz toda ainda mais cintila,
e deitam sob os respingos da chuva,
chuva de astros que a terra não aniquila,
e fogem, e vão além da lama turva,
e encontram a estrada em sua alma intranqüila...