UM GOZO

Na rede de balanço o vai e vem

Insiste em distorcer os pensamentos,

Os versos mais parecem velho trem

A cada balanceio vêm mais lentos.

A ideia tropeçando como quem

Embriagado está dos seus intentos,

Quase sem horizonte, muito aquém,

Já perdendo os sentidos sonolentos.

E nada corresponde a tanto anseio

De versar um soneto primoroso

Em meio à sonolência que já veio.

Aos poucos um cochilo vem gostoso,

Poeta vai ficando mais alheio

E o poema, qual sonho, vira um gozo.

Kid verso
Enviado por Kid verso em 20/03/2017
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