SONETO À FRANCESA
Já vão contando as gafes que comete
A pobre, a que não passa nem no exame
De fezes – tá em Paris? Deixa a baguete,
Sai de fininho, amiga, ai, que vexame!
Que mesmo em português ninguém se mete
A defendê-la – é sério! – e há quem reclame
De má-fé, vão dizendo que é a vedete
Do modelo de ensino o mais infame.
E que importância ganha a fala exata
Se nada diz? É frasco de perfume
Contendo odioso estrume – e não se trata
De ser da nossa esquerda que ilumina...
Mas volta, amiga, embora cego o gume
Hostil, não deixa de ser guilhotina.
.
Já vão contando as gafes que comete
A pobre, a que não passa nem no exame
De fezes – tá em Paris? Deixa a baguete,
Sai de fininho, amiga, ai, que vexame!
Que mesmo em português ninguém se mete
A defendê-la – é sério! – e há quem reclame
De má-fé, vão dizendo que é a vedete
Do modelo de ensino o mais infame.
E que importância ganha a fala exata
Se nada diz? É frasco de perfume
Contendo odioso estrume – e não se trata
De ser da nossa esquerda que ilumina...
Mas volta, amiga, embora cego o gume
Hostil, não deixa de ser guilhotina.
.